Ontem à tarde Estela Lapponi leu o seu Manifesto Anti-inclusão (FALAMOS DE ARTE!) - zuleikando, claro! - no Encontro + SENTIDOS PARA A ARTE (e para plateias) que integrou a mostra + SENTIDOS na Sala Paschoal Carlos Magno do Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo.
O encontro contou com a exposição de:
Cássia Navas - pesquisadora, ensaísta, professora do Instituto de Artes/UNICAMP, trabalha com dança, artes da cena e gestão em cultura.
Estela Lapponi - artista de múltiplas linguagens, diretora artística da inCena 2.5 e idealizadora da Plataforma Acessolivre.
Katia Fonseca - jornalista e atriz, uma das criadoras do grupo teatral Arte Intrusa, é fundadora da ONG Centro de Vida Independente de Campinas (CVI-Campinas) e atual conselheira consultiva da entidade.
Debatedor -- Luiz Carlos Lopez -- Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência
Mediação, Ana Terra - mestre em artes/dança, doutora em educação, professora do Curso de Dança da Universidade Anhembi Morumbi, responsável pela criação e docência (2005-2010) na disciplina "Dança para Comunidades Especiais".
Neste domingão cinza, fresco e com poucos raios de SOL, uma nuvem se dissipa e faz brilhar a comunicação. Esta pretensa poesia é para comunicar que a Plataforma Acessolivre constrói mais uma parceria. A partir de hoje o site APLAUSO BRASIL do jornalista Michel Fernandes, apoiará a divulgação da Convocatória Nacional para Mapeamento. Que nossa parceria gere muitos Plataformad@s! Obrigada Michel - ma bel! Te aguardamos aqui para plataformarmos! Aplauso, Brasil! Se joga NA Plataforma, gente!
Edu O. é baiano, nascido em Salvador, mas foi criado em Sto
Amaro, onde desenvolveu seu potencial artístico. Atualmente, é aluno regular no
Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Dança da UFBA (2012), onde
investiga Políticas Públicas Culturais para a Dança, no Brasil PARA A DANÇA, noperíodo de 2007 a 2012 e suas implicações na produção de artistas com deficiência. Possui graduação
em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia (2001) e especialização
em Arteterapia pela Universidade Católica de Salvador (2004).
Estreou
carreira de dançarino com o Grupo Sobre Rodas...? em 1998. Em 1999, começou
suas pesquisas junto ao Grupo X de Improvisação em Dança, onde assume as
funções de Diretor Geral, criador e intérprete, destaque para os espetáculos Alvuras (2012), Os 3 Audíveis... Ana, Judite e Priscila (2008) e O Canto de Cada Um (2003).
Em 2013, Edu O. foi convidado a participar do
espetáculo São Cosme e Damião Duo, da Cie Kastor Argile/França, com
apresentações em Salvador (Outubro/Novembro). No período de 2010 a setembro de
2012, participou do projeto Unlimited,
da Candoco Dance Company-Inglaterra, para apresentações em Londres (Laban Dance Centre e Festival Unlimited - Queen
Elizabeth Hall – Southbank Centre), esta última em ocasião das Olimpíadas
Culturais de Londres, e na China (Centro
Nacional de Performance/Pequim e Shanghai
Lyceum Theatre/Xangai).
Em 2009 participou do espetáculo teatral Tempête a 13º Sud do diretor de teatro
francês Gilles Pastor, baseado em A Tempestade de Shakespeare, integrando a
programação do Ano da França no Brasil com apresentações em Salvador e Lyon.
Também foi convidado para residência junto a Cia Artmacadam/França dentro do
projeto Outras Danças, promovido pela
FUNARTE e FUNCEB. Com esta companhia, participa desde 2004, junto ao Grupo X,
como produtor, dançarino e coreógrafo do intercâmbio Euphorico, residência artística, alternadamente na França e na
Bahia, com a qual realiza, em 2013, o projeto Euphorico Escrive Aqui (Novembro
e Dezembro), em Aubagne/FR.
Criador de espetáculos como: “Judite quer chorar,
mas não consegue!” (2006), “Odete, traga meus mortos” e “O Corpo Perturbador”
(ambos de 2010) e da intervenção urbana “Ah, se eu fosse Marilyn!” (2010),
terceira obra da sua “Trilogia Feminina”. Todos ainda em circulação e com uma
trajetória de importantes prêmios e participações em relevantes eventos de
Dança no Brasil.
O projeto “Judite quer chorar...” foi
vencedor do Edital Arte e Inclusão 2011 – Prêmio Albertina Brasil, promovido
pelo Ministério da Cultura, em reconhecimento da excelência dos trabalhos
artísticos produzidos por pessoas com deficiência. O espetáculo que já foi
visto por mais de 12 mil pessoas, no Brasil e exterior, e agora transformou-se
em audiolivro escrito pelo próprio Edu O. e narração feita pela atriz Malu
Mader. Este projeto tem tido inúmeros desdobramentos, entre eles o curso de
dança contemporânea para crianças, intitulado “Despertando Judites”, vencedor
do Edital Setorial de Dança 2012, da SECULT-BA.
foto: Celia Aguiar
Em seguida Edu criou, em parceria com
Lucas Valentim, o espetáculo Odete, traga
meus mortos que trazia as memórias, as experiências vividas, acumuladas no
corpo. Este projeto foi vencedor do Prêmio VivaDança 2010, promovido pelo
Teatro Vila Velha, em Salvador.
A intervenção urbana Ah, se eu fosse Marilyn! fala sobre o
tempo presente, o que somos, o que nos tornamos diante de todos os planos e
sonhos, de como renovamos o passado atualizando-o no presente. Condição que
impulsiona novos modos de organizar a vida e que proporcionou a emergência
dessa idéia de intervenção. Este trabalho foi vencedor do Edital Quarta que
Dança 2011 (SECULT-BA), convidado a participar, em Junho de 2013, do evento
Cultura em Campo, em ocasião da Copa das Confederações, ambos em Salvador e
neste mesmo ano, também participou do VI Seminário de Pesquisa em Dança,
realizado pela Universidade Federal do Pará.
O coreógrafo e dançarino Edu O. é
integrante do Grupo X de Improvisação em Dança e com este grupo realiza desde
2004, em parceria com a Cia Artmacadam , da França, o intercâmbio Euphorico,
onde adquiriu experiência em intervenções urbanas ao realizar performances em
espaços públicos franceses como a Praça de La Luna, em La Seyne-sur-mer (2004,
2005, 2007), feira livre de Toulon, no cais de Sanary e ruas de Aubagne (2010),
em 2012 realizaram performance na feira livre de Aubagne, integrando o projeto
“Euphorico Je t’aime là”. Em Salvador produziram o projeto “Euphorico a céu
aberto” na área externa do Cine Teatro Solar Boa Vista (2009), com performances
diárias de 4 horas, durante um período de 20 dias.
Em 2008 as duas companhias realizaram a
performance 12h Chronos Dance, experiência em vídeo-dança durante 12 horas de
improvisação que percorria o cotidiano dos participantes tanto em suas
residências como nas ruas da capital baiana. Edu participou ainda da
intervenção Furtacor nº4, criada por Clênio Magalhães, apresentada no Largo de
Dinha no Rio Vermelho e na porta da Faculdade do ISBA (2004). Em 2003, Edu O.
participou junto ao Grupo X da performance “Sinais Vitais” em semáforos da
cidade de Salvador.
Desde 2010 é realizador do Encontro O que é isso? de Dança e neste ano foi convidado pela
produtora Pensamento Tropical a participar da residência artística em Itacaré e
Salvador, na programação do Projeto do Ar
(Prêmio Klauss Vianna /FUNARTE 2010); Ministrou a oficina 1 min. e ½ de Instantes Poéticos no Palacete das Artes Rodin Bahia,
projeto vencedor do edital do IPAC. Ainda neste ano, iniciou parceria com a
Marinha através do projeto Contato Sutil, que consiste, até o presente momento,
em aulas de Dança para jovens com deficiência e seus cuidadores, familiares dos
militares.
Nascida (1973) em São Paulo
capital, iniciou nas artes cênicas como atriz desde 1992 em um grupo de teatro
Amador – Markapasso – na escola em que cursou o primeiro grau.
Profissionalizou-se como
atriz pelo Teatro Escola Macunaíma ao mesmo tempo que se formou em Jornalismo
pela FIAM.
De 1992 à 2003 integrou
alguns grupos de teatro de São Paulo, atuando tanto em espaços convencionais de teatro quanto
na rua.
Os cursos que participou
nesses anos como atriz tinham como foco o aprendizado do uso da máscara (clown,
bufão e neutra) e técnicas corporais (improvisação e Meyerhold) ministrado por
diversos experts nesses assuntos.
Em 2004, desistiu de estar
em cena e dedicou-se a estudar a linguagem do video participando ao longo desse
ano de diversos cursos livres aventurando-se a criar pequenos experimentos
visuais tanto em foto quanto em video.
Em 2005 participou do
projeto internacional Dance Meets Difference da Din A13 tanzcompany dirigida por Gerda König. O projeto de König foi realizado também em
Nairobi no Quênia e contou com a participação artistas com e sem deficiência. O
espetáculo produzido em São Paulo recebeu o nome de Via Sem Regra e foi
apresentado em São Paulo em 2005 e 2006 e na Alemanha, Colônia e Düsseldorf em
2006.
Após ter tido esta experiência
começou a dedicar-se à dança contemporânea, participando de cursos livres com
diversos profissionais.
Com a produção deste dois trabalhos fundou efetivamente a inCena 2.5. O solo foi apresentado em 8 cidades
do Estado de São Paulo em 2009 através do PROAC de Difusão e Circulação
em Dança da Secretaria de Estado da Cultura. O trabalho ganhou destaque em
matéria de jornal de Düsseldorf quando participou, em 2008, do II Crossings
Dance Festival na TanzHaus de Düsseldorf. A performance/palestra CADEIRA - FALANDO SEM TABU! ainda segue em apresentação de maneira esporádica.
Participou de montagem com
os seguintes coreógrafos:
Além de outros trabalhos
realizados, Estela Lapponi iniciou um engajamento artístico sobre a questão política
social e cultural do corpo com deficiência em cena (dança, teatro, performance,
video) definindo assim alguns eixos de investigação de sua cia – inCena 2.5:
-o
discurso do corpo com deficiência
-a
prática performativa e relacional (público)
-integrar
artes visuais e performáticas
Entre os anos de 2009 e 2011
viveu e estudou na Europa. Quando morou por 6 meses em Macerata na Região de
Marche na Itália deparou-se com a descoberta de um tema que segue em
investigação até o dia de hoje – Corpo Intruso. A primeira
referência descoberta nesta investigação foi o artigo O Intruso do filosofo
Jean Luc-Nancy.
foto: Thais Taverna Tabacalera - Madri
Em Madri cursou o Máster emPráticas Cênicas e Cultura Visual iniciou a investigação Corpo Intruso de
maneira efetiva, finalizando esta etapa com a construção da
personagem/contêiner – Zuleika Brit - em diferentes ações:
No curso de Especialização
de Estudos Contemporâneo de Dança da Universidade Federal da Bahia desenvolveu
Corpo Intruso de maneira conceitual utilizando como referência principal em sua
Monografia os palavras de Boaventura Sousa Santos sobre o pensamento moderno
ocidental ser um pensamento abissal, no livro Epistemologias do Sul que reúne
diversos cientistas politicos de países chamados “Sul”.
A investigação segue em
curso e já desenvolveu as seguintes ações:
Estela Lapponi idealizou a
criação da Plataforma Acessolivre por enxergar a necessidade do fortalecimento
politico, social e cultural da presença de artistas com deficiência no Mercado de
trabalho cultural.
A Plataforma Acessolivre
inicia, em parceria com o artista baiano Edu O. com realização do Mapeamento Nacional de artistas e/ou pesquisadores profissionais das
artes cênicas e visuais com a finalidade e desejo de
proporcionar encontros de parcerias e engajamento.
A ideia é que nossa presença
seja fortalecida como trabalho artístico, ponto! Tirar-nos do eixo “inclusivo”
que limitam nossas possibilidades de trânsito, de expressão e principalmente de trabalho.
Realizar este Mapeamento é
necessário para sabermos quem somos, onde estamos e o quê e como fazemos e
assim nos fazermos presentes e ativos.
O Manifesto Anti-inclusão é
um apelo para sacudir as ideias sobre o que a inclusão está nos proporcionando, tendo como referência Agambem, Santos, Foucault, Mattos
Esta iniciativa visa
conectar artistas que tenham a vontade de realizar ações em suas cidades,
possibilitando o trânsito de conhecimentos, trocas de experiências artísticas,
encontros e etc.